A gagueira gera grande impacto na vida do portador e seus familiares. É um distúrbio de base neurobiológica iniciado na infância, que altera padrões normais da fala e fluência, gerando rupturas involuntárias e intermitentes no fluxo da fala. A principal característica é a dificuldade em finalizar o som de uma palavra e começar uma próxima palavra logo em seguida, muitas vezes repetindo a mesma sílaba.
A ciência ainda não sabe todas as causas da gagueira, mas podemos afirmar que não é psicológica, não é emocional e não faz parte do desenvolvimento normal da fala e da linguagem da criança. É considerada hereditária em cerca de 80% dos casos e de causa lesional para uma minoria.
Surge, em geral, por volta dos 2 ou 3 anos de idade, mas pode se manifestar até 12 anos. A taxa de incidência é por volta de 5% da população infantil mundial e a taxa de remissão espontânea é entre 50 e 80%. As meninas apresentam maior índice de remissão espontânea.
Fatores de risco para a cronificação da gagueira:
1. História familiar;
2. Sexo masculino;
3. Apresentar no discurso porcentagem maior ou igual a 3% de disfluências típicas da gagueira: bloqueios; repetições de sons, sílabas e/ou palavras monossilábicas; prolongamentos, intrusões de sons. Ou sinais visíveis de esforço durante a fala, desistência de palavras, idéias ou situações comunicativas;
4. Alteração de fala, como distúrbios fonético-fonológicos;
5. Linguagem oral abaixo ou acima do esperado pra idade;
6. Tipo de surgimento (abrupto > intermitente > gradual);
7. Tempo desde o surgimento das primeiras manifestações. A gagueira transitória tende a estar presente na fala da criança por cerca de 2 a 3 meses. Após 1 ano aumenta significativamente o risco de cronificação;
8. Idade da criança: quanto mais cedo surgir, menor o risco de cronificação;
9. Fatores ambientais: ambiente comunicativo extremamente competitivo, falas rápidas e sobrepostas, pouco tempo de escuta.
Quanto maior o risco, mais rápido deve ser realizada a avaliação por um fonoaudiólogo para que sejam tomadas as providências necessárias, como orientações à família e à escola e intervenção por meio de sessões de fonoterapia.
Dra. Anna Carolina da Fonseca
Médica Pediatra
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