Pediatria Geral

Geração digital: pela primeira vez filhos têm QI inferior ao dos pais

“A Fábrica de Cretinos Digitais” é o título do último livro do neurocientista francês Michel Desmurget onde ele apresenta, com dados concretos, como os dispositivos digitais estão afetando seriamente o neurodesenvolvimento de crianças e jovens.

Testes de QI têm apontado que as novas gerações são menos inteligentes que as anteriores. Em muitas partes do mundo o QI vinha aumentando de geração em geração, o chamado “efeito Flynn”, em referência ao psicólogo que o descreveu. Mas, recentemente, essa tendência começou a se reverter em vários países.

O QI é fortemente afetado por fatores como o sistema de saúde, o sistema escolar e a nutrição. Mas se considerarmos os países onde os fatores socioeconômicos têm sido bastante estáveis, o “efeito Flynn” começa a diminuir. Nesses países, os “nativos digitais” são os primeiros filhos a terem QI inferior ao dos pais. É uma tendência que foi documentada na Noruega, Dinamarca, Finlândia, Holanda, França, etc.

Desmurget afirma que ainda não é possível determinar o papel específico de cada fator, como a poluição ou a exposição a telas. O que sabemos é que, mesmo que o tempo de tela não seja o único culpado, ele tem um efeito significativo no QI, com diminuição do desenvolvimento cognitivo.

O tempo de tela aumentado provoca diminuição da qualidade e quantidade das interações familiares, essenciais para o desenvolvimento da linguagem e do emocional; diminuição do tempo dedicado a outras atividades mais enriquecedoras (lição de casa, música, arte, leitura, etc); perturbação do sono, que é quantitativamente reduzida e qualitativamente degradada; superestimulação da atenção, levando a distúrbios de concentração, aprendizagem e impulsividade; subestimulação intelectual, que impede o cérebro de desenvolver todo o seu potencial; e o sedentarismo excessivo, que também influencia na maturação cerebral.

A ideia geral é simples: em qualquer idade, o mínimo é o melhor! É mais fácil para crianças e jovens seguirem regras quando sua razão de ser é explicada e discutida com eles, então, o diálogo entre pais e filhos é fundamental. Além disso, é importante dar o exemplo. É difícil dizer aos filhos que as telas são um problema quando os pais estão constantemente conectados.

Dra. Anna Carolina da Fonseca

Médica Pediatra

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Endereço: Rua Jardim Botânico, nº 674, sala 104, Jardim Botânico – Rio de Janeiro – RJ

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Sobre a autora

Sou Anna Carolina da Fonseca, Médica Pediatra, pós-graduada em Alergia e Imunologia, consultora de amamentação e apaixonada pelo universo materno-infantil. Sou autora do e-book “Meu parto, minhas regras!” e de cursos sobre introdução alimentar e aleitamento materno no retorno ao trabalho. Procuro estar sempre atualizada para fornecer informações de qualidade e com embasamento científico. Minha missão é ajudar mães, pais e familiares nos cuidados com a saúde da criança e do adolescente, não apenas no que diz respeito à saúde física, mas auxiliando também na criação de indivíduos mental e emocionalmente saudáveis, prontos para enfrentarem os desafios da vida.

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